quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Opium




"Por isso eu tomo ópio, é um remédio. Sou um convalescente do momento. Moro no rés-do-chão do pensamento e ver passar a vida faz-me tédio."
   Álvaro de Campos


Esta noite (manhã) tive mais um belo sonho. Não me lembro dos pormenores, mas a cena passava-se no meio da subida de Monsanto, ali na zona da Pimenteira. Estava eu  e estavam mais pessoas, mas a única de que me lembro era o Nuno Markl. E talvez somente porque este estivesse a magoar-me, ao estar insistentemente a esfregar-me as costas com um pedaço grande de casca de árvore enrolado num pano. Penso que escuso de referir o facto de que jamais, de plena consciência, sonhei ser sodomizado por tal pessoa. Pese embora o facto de ser seu fã.... Adiante... (as minhas costas estavam mesmo doridas, já a fazer ferida) imagino que devesse haver mais alguém com problemas já que, a determinada altura, ocorreu o único diálogo que me recordo

- O que tem ele?
-Taxidermia
- Mas é passageiro?

É nesta altura que eu acordo e me oiço a dizer

- Não, é condutor!

...

Samuel Taylor Coleridge, poeta inglês dos séculos XVIII e XIX, escreveu as suas melhores obras sob o efeito do ópio, que lhe trazia visões fantásticas e uma inspiração única.

"One after one, by the star dogged moon
 too quick for groan or sigh, 
each turned his face with a ghastly pang
and cursed me with his eye.
Four times fifty living men
(and I heard nor sigh nor groan)
with heavy thump, a lifeless lump,
they dropped down one by one."
   The Rime Of The Ancient Mariner


Depois do sonho de hoje, há duas conclusões óbvias a tirar. Os pastéis de nata antes de dormir são anti produtivos e preciso urgentemente de plantar papoilas na varanda.